Discernindo a vontade de Deus

Para o crente que deseja conhecer a vontade de Deus para a sua vida, a primeira pergunta não é “O que devo fazer?”, mas sim “Quem devo ser?”.

Talvez já tenha tentado usar a Bíblia para responder à pergunta “O que devo fazer?”

Ao enfrentar uma decisão difícil, talvez tenha reflectido por algumas horas a respeito de um Salmo ou de uma história nos Evangelhos, pedindo a Deus para lhe mostrar como isso pode ajudá-lo com o seu problema actual. Talvez já se tenha sentido frustrado ao ter apenas o silêncio como resposta, ou pior, ao agir movido por um sinal ou uma “indicação” que, mais tarde, veio a descobrir não ser realmente a vontade do Senhor. Por experiência própria, conheço essa situação melhor do que desejo admitir, e também conheço a vergonha que a acompanha — a sensação de que sou surda à voz do Espírito Santo e de que sou péssima em descobrir a vontade de Deus.

Porém, Deus não esconde sua vontade dos filhos. Na condição de mãe terrena, não costumo dizer aos meus filhos: “Há um jeito de me agradar. Vamos ver se vocês conseguem descobrir”. E, se eu não escondo minha vontade dos meus filhos aqui na terra, muito menos o nosso Pai Celestial vai esconder a Sua vontade dos Seus filhos. A vontade de Deus não precisa ser descoberta — ela é e está plenamente visível. E, para a ver, só precisamos perguntar por aquilo que é a Sua principal preocupação: “Quem devo ser?”.

Comece com o coração

Obviamente, as perguntas “O que devo fazer?” e “Quem devo ser?” estão relacionadas. Mas a ordem em que fazemos essas perguntas é muito importante. Se nos focarmos nas nossas acções sem nos importarmos com os nossos corações, podemos acabar por nos comportar como melhores amantes de nós mesmas.

Pense nisso. De que adianta eu escolher o melhor emprego se ainda estiver consumida pelo egocentrismo? De que adianta eu escolher a casa ou o cônjuge certos se ainda estiver dominada pela cobiça? Que proveito há em fazer a escolha certa se eu ainda for a pessoa errada? É possível uma pessoa ímpia fazer “boas escolhas”. Mas só a pessoa habitada pelo Espírito Santo fará uma boa escolha com o propósito de glorificar a Deus.

Na sua carta aos Romanos Paulo declarou que a vontade de Deus para nós:

«E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem do seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.» (Romanos 8:28-30)

Então, oremos: «Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.» (Lucas 11:2)

Excerto retirado do livro “Renovadas” de Jean Wilkin

Maria Helena Costa * Escritora * Cristã evangélica