O professor Paulo Costa deixa-nos um conjunto de provérbios e adágios populares portugueses onde se verifica a presença da religião.
– Deus escreve direito por linhas tortas.
– Deus dá o frio conforme a roupa.
– Ao menino e ao borracho, põe-lhes Deus a mão por baixo.
– Deus dá as nozes mas não as parte.
– Deus consente, mas nem sempre.
– Quando Deus quer, água fria é remédio.
– Deus dá a barba a uns e a vergonha a outros.
– Deus ajuda a quem se ajuda.
– A cada dia dá Deus a dor e a alegria.
– A estrada sinuosa é a mais curta aos olhos de Deus.
– Nunca Deus fecha uma porta que não abra outra.
– Hora a hora, Deus melhora.
– O futuro a Deus pertence.
– Deus ajuda a quem trabalha, que é o capital que menos falha.
– Ao que nada tem Deus mantém.
– A quem madruga, Deus ajuda.
– Dá Deus nozes a quem não tem dentes.
– A quem Deus não deu filhos, deu o Diabo sobrinhos.
– Para amanhã, Deus dará.
– Deus castiga sem pau nem pedra.
– Deus me defenda do amigo, que do inimigo me defendo eu.
– Deus me livre de maus vizinhos ao pé da porta.
– Deus nos livre de quem mal nos quer e bem nos fala.
– Só Deus sabe o que vai na cabeça dos outros.
– Voz do Povo, voz de Deus.
– Errar é próprio do homem, perdoar é próprio de Deus.
– Se Deus não perdoasse a ladrão, Ele ficaria sozinho no Céu.
– Não se pode agradar a Deus e ao Diabo ao mesmo tempo.
– O homem põe e Deus dispõe.
– A comprar cavalo e a escolher fecha os olhos e encomenda-te a Deus.
– A quem não fala, Deus não ouve.
– Cada um sabe de si e Deus de todos.
– Graças a Deus muitas, graças com Deus poucas.
– O que se ha de pedir aos santos, peça-se a Deus.
– Santo, só Deus.
– Tudo ao molho e fé em Deus.
– Deus os fez, Deus os juntou.
– Quem dá aos pobres, empresta a Deus.
– Segredo de dois, segredo de Deus; segredo de três, o Diabo o fez.
– De boi manso me guarde Deus, que de bravo eu me guardarei.
– Para baixo todos os santos ajudam; para cima só um e é coxo.
– Quando a esmola é grande o santo desconfia.
– Ver para crer, como S. Tomé.
– Santos de casa não fazem milagres.
– Rezar ao santo até passar o barranco.
– Três, foi a conta que Deus fez.
– Cada santo tem o seu nicho.
– De boas intenções está o Inferno cheio.
– Quem dá e volta a tirar, ao Inferno vai parar.
– Quatro horas dorme o santo, cinco o que não é tanto,
seis o estudante, sete o caminhante, oito o porco e nove o morto.
– Muitas vezes paga o justo pelo pecador.
– O justo peca sete vezes ao dia.
– Pecado confessado é meio perdoado.
– Cada um tem a sua cruz.
– Quem gasta menos do que tem é prudente, o que tem é cristão e mais é ladrão.
– Ainda a procissão vai no adro e o andor já vai desequilibrado.
– Levar a cruz ao calvário.
– Não é santo da minha devoção.
– Não há domingo sem missa, nem segunda sem preguiça.
– Primeiro a obrigação, depois a devoção.
– Entre um e outro, venha o Diabo e escolha.
– O que o Diabo dá, o Diabo leva.
– Falar no Diabo e ele aparecer.
– Todos são anjos na hora de pedir e diabos na hora de pagar.
– Foge o Diabo da cruz e o morcego da luz.
– Promessas não pagam dívidas!
– Presunção e água benta, cada um toma a que quer.
– Vozes de burro não chegam ao céu.
– Ditados velhos são evangelhos.
– Quem encomendou o sermão que o pague.
– Não pretendas ensinar o Pai-Nosso ao vigário.
– Ninguém é profeta na sua terra.
– O hábito não faz o monge, mas fá-lo parecer de longe.
– Bem prega Frei Tomás: façamos o que ele diz e não o que ele faz.
– Bom exemplo, meio sermão.
