Um santo por quinzena: Beato Inácio de Azevedo

Inácio de Azevedo Abreu e Malafaia nasceu em Portugal, no Porto, no ano de 1527. Era filho de D. Manuel de Azevedo e Dona Violante (ou Francisca) de Abreu, descendentes de famílias lusitanas ricas e nobres. Foi educado na corte mas, aos vinte anos de idade, tendo morrido seu pai, tornou-se administrador dos bens familiares, por ser o filho mais velho.
No entanto, no ano seguinte, após um retiro em Coimbra, decidiu-se pela vida religiosa, entrando na Companhia de Jesus. Revelou-se excelente religioso, tendo sido nomeado reitor do Colégio de Santo António em Lisboa, antes mesmo de terminar o curso de teologia, apenas com 26 anos de idade.
No ano de 1565, São Francisco Borja, que era superior dos Jesuítas, confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil, durando esta visita cerca de três anos. No seu relatório, Inácio pedia reforços e São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e Espanha elementos para o Brasil. Inácio recrutou cerca de cem jovens que se destinavam essencialmente a ser catequistas e organizou para eles um programa intensivo de formação, que constava, além da aprendizagem da doutrina cristã, de língua portuguesa, elementos de pedagogia e educação física. Após cinco meses de preparação, no dia 5 de junho de 1570, Inácio e mais 39 companheiros, partiram no navio mercante São Tiago, enquanto outros trinta companheiros seguiriam em barcos de guerra.
Entretanto, o corsário Jacques Sourie partiu de La Rochelle para capturar os jesuítas, tendo-os alcançado junto às Ilhas Canárias. Após muita luta, o navio São Tiago foi dominado pelos corsários. Sourie declarou salvar a vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas; estes foram cruelmente degolados e lançados ao mar. O número de mártires chegou a 40, pois também foi degolado um jovem, sobrinho do capitão, que, durante a viagem, tinha pedido para ser postulante.
Dos quarenta companheiros de martírio, nove eram espanhóis e os demais portugueses.

A vida de Inácio de Azevedo é, ainda hoje, modelo de desprendimento (era um homem rico e deixou tudo para servir a Cristo), de obediência aos seus superiores, de criatividade na organização e execução de um programa de estudos a todos os títulos moderno (completo e adequado aos objetivos), de coragem perante o martírio.

José Victor Adragão * Professor de Filologia Românica

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