Recordar António de Lisboa, nos Sermões e em Agustina Bessa-Luís

Ficam palavras de um dos seus sermões… Tão antigas mas sempre atuais!

“A linguagem é viva, quando falam as obras. Cessem, portanto, as palavras e falem as obras. De palavras estamos cheios, mas de obras vazios; por este motivo nos amaldiçoa o Senhor, como amaldiçoou a figueira em que não encontrou fruto, mas somente folhas.”

(Dos Sermões de Santo António de Lisboa, presbítero (I, 226) (Sec. XIII))

Santo António por Agustina Bessa-Luís

“É de supor que os sermões orais de Santo António fossem dos mais comoventes que foram proferidos por qualquer pregador. A sua raça de homem atlântico de que brumas rodeou o coração? Que amigos conservou no desterro, que fidelidades sentiu na carne e no espírito através dos mares diferentes e dos idiomas diferentes? Em 1263, 32 anos depois da morte do Santo, S. Boaventura, então ministro geral [dos Franciscanos], vem a Pádua para trasladar os restos mortais do taumaturgo para a sua nova basílica. Antes de ser encerrado no seu sepulcro de mármore verde, fez-se o reconhecimento dos despojos. O corpo tinha-se tornado em pó; e disseram que só a língua continuava viva, símbolo da força da sua palavra e da incorrupta natureza do seu espírito. (…)”

Agustina Bessa-Luís
In Santo António, Guimarães Editores (1971-1973)
Nuno Monteiro
Teólogo

Diariamente lemos o mundo na procura de sentido para encontrarmos a mensagem religiosa necessária para si. Fazemo-lo num tempo confuso que pretende calar o que temos para dizer. Sem apoios da nomenclatura publicitária, vimos dizer-lhe que precisamos de si porque o nosso trabalho não tendo preço necessita do seu apoio para continuarmos a apostar neste projecto jornalístico.