Novos livros… novas leituras!!!

Vida de uma família judia – E outros escritos autobiográficos

(Edith Stein)

Edith Stein é frequentemente referida pela sua condição de judia que se converteu ao Cristianismo, e que foi condenada às câmaras de gás nazis de Auschwitz. O episódio da sua morte foi, porém, o culminar de um percurso pessoal dotado de uma singularidade que a inscreve no painel das personalidades que mais marcaram a cultura europeia do século XX, tanto no campo intelectual como pela sua opção de original vivência espiritual, em que a doação atingiu a dimensão do paroxismo místico da entrega sacrificial pelo seu povo. O conjunto de manuscritos intitulados Vida de uma família judia e outros escritos autobiográficos, que Paulinas Editora aqui nos oferece, permite uma avaliação menos parcial da grandiosa Teresa Benedita da Cruz, nome adotado após a sua conversão ao Catolicismo e admissão no Carmelo. Estes textos documentais permitem o acesso aos momentos mais decisivos da existência de Edith, no cruzamento das duas tradições culturais e religiosas por era atravessada: o Judaísmo e o Cristianismo.

Com este título iniciamos a publicação das obras completas de Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz).

 

A mística do arado – Busca de um Deus possível

(Adelino Ascenso)

A originalidade deste livro pode ser colhida nas palavras de abertura e na justificação da sua escrita: «Fazendo-me acreditar na vivência de uma teologia a partir da trivialidade da vida quotidiana, uma vez que a fé do cristão não é simples adesão a uma doutrina, mas uma forma concreta de vida e de inconformista procura, aqui se reúnem fragmentos [temporais e de lugares da vida do Autor] que, paulatinamente, se foram fusionando», levando-o à comunhão da sintética conclusão a que chegara E. Schillebeeckx: «Fora do mundo não há salvação!» E, nada como o recurso à rudimentar e primária ferramenta do amanho dos solos – o arado – como pretexto metafórico de linguagem para o aprofundamento em terrenos de profundidade mística, ainda que surja como «desconcertante a [aparente] incapacidade do ser humano, para pensar com autenticidade, afundar-se no lodo da sua interioridade, na viscosidade das suas perdas e no escuro das suas cavernas sigilosas». Mas o leitor constatará, por si, tal como o Autor, que «há, porém, momentos e acontecimentos que estimulam de tal forma que não há fuga possível». É um texto que exige releitura pausada.

Prefácio de José Tolentino de Mendonça

 

Como defender a fé sem levantar a voz – Respostas civilizadas a perguntas desafiantes

(Austen Ivereigh)

 

 

Publicado em sete idiomas e com uma dezena de edições, temos em mão um conjunto de valiosos textos da autoria do periodista e vaticanista britânico Austen Ivereigh, a que foram aditados também uns quantos contributos de autores portugueses, em ação coordenada por Pedro Gil.

 

– Como compatibilizar o questionamento do Papa, acerca do bom acolhimento que a Igreja deve mostrar no trato com os homossexuais, quando afirma: «Quem sou eu para julgar?»

– e a postura dos católicos ao aceitarem na infalibilidade papal e que o Papa foi escolhido pelo Espírito Santo?

– Jesus sempre condenou a hipocrisia dos legalismos formais, porém, a Igreja, contrastantemente, é apontada como sempre pronta para aprovar a conformidade legal dos comportamentos, e para reprovar as normais decisões, se assumidas em discordância.

 

Estas são algumas das questões de natural premência que aqui se refletem e para as quais se apresentam esclarecedoras respostas. Mas do conjunto argumentativo colhe-se um eficiente e desafiador conselho, que se resume na seguinte atitude proativa: «Quando a Igreja aparece nas notícias, há pessoas que se espantam, outras que se indignam e até algumas que se escandalizam; mas, nesse momento, toda a gente está verdadeiramente interessada e disposta a ouvir-te. Aprende a tirar partido dessas situações. Tal como o projeto, o livro tem uma mensagem simples: quando os focos da controvérsia se centrarem em ti, não os desvies nem te escondas – toma-os como uma oportunidade. Não te escondas – prepara-te. É para isso que serve este livro.»

 

Coordenação e adaptação de Pedro Gil