Testemunho de uma peregrinação a pé até Fátima

Ir a Fátima a pé é uma prova de fé e de superação pessoal e coletiva.

Peregrinar faz parte da nossa natureza humana. Só o homem/mulher é capaz de colocar este propósito na sua existência. Peregrinar está na essência de qualquer homem/mulher religioso. Pois, este exercício físico, que se torna mais espiritual ainda, permite-nos estabelecer uma ligação profunda com Deus e com aqueles que caminham connosco e que nos prestam assistência. A religião é religar as pessoas umas às outras e elevá-las a Deus.

Foi neste sentido que fiz a minha peregrinação a Fátima a pé. Mais do que uma promessa foi um louvor a Deus e à vida, e há tanto para agradecer.

Com um pequeno grupo, sete apenas (P. André, Joana Ferreira, Joana Azevedo, Ricardo, Estela e Paulo… a Orlanda ainda fez a primeira caminhada), optamos por seguir pelos caminhos e estradas secundárias, longe do reboliço da N1/IC2. Seguimos partes do trajeto proposto pelos Caminhos do Centenário e Caminhos de Santiago. Embora, muitas vezes as indicações não eram as mais corretas, pois a Associação dos Caminhos de Fátima, com forte apoio financeiro, fez tábua rasa dos Caminhos de Santiago, não aproveitando as indicações da Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima, a meu ver bem sinalizados. Criando uma imensa confusão entre os peregrinos. Mas, como eu já sabia o percurso dos Caminhos de Santiago tive de ter o cuidado de ir explicando aos meus companheiros os cuidados a ter.

Destaco a tranquilidade destes caminhos, permitindo conversar, rezar e meditar em grupo, enquanto caminhávamos.

A nosso peregrinação, desde a Lixa, foi feita em seis dias, dois dias antes e quatro dias consecutivos, desde Cesar, Oliveira de Azeméis, de 18 a 21 de Maio de 2021.

Tivemos o apoio de carro, com o Licínio e os meus sobrinhos Pedro e a pequena Clarinha, que nos mantinham alimentados, hidratados e cuidados. Pernoitamos nos Albergues de Águeda e Coimbra e na Residencial Pombalina no Pombal.

Foram dias muito intensos , não só pela exigência física, bolhas nos pés, dores musculares ou nos ossos, mas também pela partilha de experiências de vida e de oração.

Obrigado pela oração de todos aqueles que ficaram em casa e nos deixaram palavras de incentivo. Também rezamos por vós.

Obrigado, mãe de Jesus e Nossa Mãe, Maria, que nos encaminha sempre para o teu Jesus, nosso Salvador.

 

P. André Daniel Ferreira

Pároco de Macieira da Lixa, Pinheiro, Refontoura e Moure, presbítero do Porto