Colégio de Lamas no Caminho de Santiago: etapa Grijó – Porto

No dia 17 de setembro, quarenta e cinco alunos do Colégio de Lamas aceitaram o desafio dos professores de EMRC para fazerem uma experiência simbólica do Caminho de Santiago. Os alunos das quatro turmas de 9.º e 10.ºano quiseram responder positivamente a este convite especial de início de ano letivo e, desta forma, vivenciar, em Ano Xacobeo 2021, o espírito dos peregrinos que há tantos séculos rumam à Catedral de Santiago de Compostela, onde repousa o corpo do Apóstolo Tiago Maior.

Ao final da tarde, os Encarregados de Educação levaram os seus educandos ao Mosteiro de Grijó, monumento muito significativo no itinerário do Caminho Português e daí se deu início à caminhada pelas ruas, vielas e caminhos das freguesias do concelho de Vila Nova de Gaia em direção ao Porto. Após uma tarde de chuva, o final de tarde ficou marcado e embelezado com um bonito pôr do sol que encheu de entusiasmo todos os participantes. O S. Pedro e, claro, o Santiago, estavam connosco.

As mochilas às costas dos alunos e dos seis professores que acompanharam o grupo eram o sinal exterior das razões do coração de todos os caminheiros. A todos os peregrinos foi dado um pequeno cajado em madeira para ajudar a interiorizar o enquadramento histórico e espiritual do caminho de Santiago, sem relativizar algumas regras de segurança na estrada, bem como as normas sanitárias pandémicas da Direção Geral de Saúde.

Em Perosinho teve lugar a primeira paragem para descansar e degustar alguma coisa. Chamou a atenção de todos nesta freguesia a presença frequente e formal das famosas setas amarelas, bem como uma calçada e um monumento alusivo ao Caminho de Santiago.

A Serra de Canelas foi a parte do percurso mais bela e, ao mesmo tempo, mais difícil. A subida da calçada romana, os caminhos de terra com bastantes poças de água e a floresta densa tornaram estes quilómetros muito especiais, pois a escuridão da noite abraçara o grupo com a lua e as estrelas no céu. As lanternas ajudaram a descobrir o caminho e a identificar os obstáculos e foi o momento onde a solidariedade e o companheirismo teve o seu protagonismo, dadas as dificuldades que surgiram, já que a chuva deixara as suas marcas.

No sopé da montanha e, após uma descida por um carreiro estreito e íngreme, foi momento de descanso e de reflexão. Um prospeto ajudou a um espaço de meditação pessoal com um texto sobre o Caminho de Santiago, algumas frases com mensagens sobre a aventura do caminhar e uma oração do Estudante do Colégio de Lamas. Cada aluno recebeu, ainda, uma pequena flor amarela, como amarelas são as setas do Caminho, para simbolizar a natureza e a vida a desabrochar.

Os restantes quilómetros foram pelos passeios das ruas da zona urbana da cidade de Vila Nova de Gaia: Rechousa, Santo Ovídeo, Avenida da República e Jardim do Morro. Pelas 23.30h, como previsto, o grupo chegava junto ao tabuleiro superior da Ponte D. Luís e contemplava a Mui Nobre e Sempre Leal Cidade do Porto.

O cansaço era evidente e a dureza do caminho deixara mazelas em alguns alunos, mas a felicidade falava mais alto. O bichinho do Caminho começara a fazer efeito e a vontade de caminhar mais começou a manifestar-se no coração, nas palavras e nos sorrisos. E, após um espaço de reunião para algumas reflexões finais, todos regressaram à suas casas, acompanhados pelas respetivas famílias.

 

Prof. Paulo Costa e Jorge Alves

Diariamente lemos o mundo na procura de sentido para encontrarmos a mensagem religiosa necessária para si. Fazemo-lo num tempo confuso que pretende calar o que temos para dizer. Sem apoios da nomenclatura publicitária, vimos dizer-lhe que precisamos de si porque o nosso trabalho não tendo preço necessita do seu apoio para continuarmos a apostar neste projecto jornalístico.

Deixe uma resposta

*